Plenário da Câmara dos Deputados durante votação da PEC da Blindagem com deputados presentes e tela digital de votação

Em setembro de 2025, a Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, o texto-base da chamada PEC da Blindagem. Desde então, o debate ganhou espaço não só em Brasília, mas em todo o país. Entender essa proposta, suas mudanças e as próximas etapas ajuda muito quem se interessa por cidadania e cenário político. Mas vai além: a discussão está em cada decisão tomada no Congresso, afetando de forma direta os rumos institucionais do Brasil. No Preço Carro BR, costumamos abordar temas que influenciam o cotidiano e ampliam a visão dos leitores, por isso – mesmo que não seja nossa pauta central, como acontece em análises detalhadas de carros e dicas para motoristas – vale a pena olhar de perto esse assunto.

O que é a PEC da Blindagem

A PEC da Blindagem é uma Proposta de Emenda à Constituição Federal. Seu objetivo é mudar as regras sobre a responsabilização criminal de deputados e senadores. O texto aprovado diz que:

  • Processos criminais só poderão ser abertos com autorização da respectiva Casa Legislativa, e não diretamente pelo STF.
  • A prisão de parlamentares só pode ocorrer em flagrante por crime inafiançável.
  • A decisão de manter ou não a prisão fica a cargo do Plenário da Câmara ou Senado, e será tomada em votação secreta.
  • O foro privilegiado passa a ser garantido também para presidentes nacionais de partidos políticos que tenham representação no Congresso Nacional.

A medida, defendida por alguns deputados como forma de equilibrar poderes, é vista por outros setores como um retrocesso na transparência e combate à corrupção. Não à toa, ganhou o apelido de “blindagem”.

Blindagem virou a palavra do momento nos corredores do Congresso.

Como foi a aprovação na câmara

O texto, relatado pelo deputado Hugo Motta, foi aprovado com folga: 344 votos a favor e 133 contra, segundo dados do Correio Braziliense. A votação, que aconteceu em 16 e 17 de setembro, seguiu o rito das emendas constitucionais, que exigem duas votações em cada Casa Legislativa, com aprovação mínima de três quintos dos membros.

Durante a tramitação, surgiram destaques, ou seja, sugestões de mudanças no texto. O Plenário acatou destaque que devolve o caráter secreto à votação sobre prisões e ações penais contra deputados e senadores – decisão que havia sido alterada anteriormente, mas voltou ao formato confidencial. Assim, fica mantida a exigência de votação aberta para outros casos, mas nesses específicos, será secreta novamente.

Plenário da Câmara dos Deputados durante votação da PEC da Blindagem

O que muda em relação às regras atuais

Hoje, a Constituição só permite a prisão de deputados e senadores se houver flagrante de crime inafiançável, como homicídio, tráfico ou racismo. Ainda assim, após a prisão, a decisão de manter ou não depende do Plenário, geralmente por votação aberta. Agora, com a PEC, se aprovada em definitivo, esse julgamento será secreto.

Outro ponto relevante é a ampliação do foro privilegiado: presidentes nacionais de partidos passam a ter o mesmo benefício, podendo ser investigados e julgados apenas pelo Supremo Tribunal Federal enquanto estiverem no cargo partidário de representação – algo que não existia antes.

  • Votação secreta na análise de manutenção ou revogação da prisão em flagrante;
  • Abertura de processos criminais só com autorização da Câmara ou Senado, por maioria absoluta dos votos;
  • Estende foro privilegiado para presidentes nacionais de partidos políticos.

Esses pontos vêm sendo questionados por vários setores, seja por possíveis impactos negativos na transparência, seja pelo risco de engessar ainda mais investigações criminais contra parlamentares. Muitos veículos destacaram que a medida pode, na prática, tornar praticamente nulos os caminhos para punição de congressistas em determinados casos, gerando uma blindagem institucional.

Trâmite no senado e possíveis obstáculos

Apesar de aprovada na Câmara, a PEC ainda precisa passar pelo Senado. Lá, o rito é um pouco diferente.

O projeto, agora, deve ir primeiro para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida atualmente por Otto Alencar. O próprio senador já afirmou posição contrária à admissibilidade da PEC. Parece improvável que a coloque em pauta rapidamente. No entanto, se a Comissão não deliberar em até 30 dias, o Regimento Interno do Senado dá ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre, o direito de levar a proposta diretamente ao Plenário.

  • Primeiro, análise na CCJ;
  • Depois de 30 dias sem pauta, presidente pode enviar ao Plenário;
  • São necessários dois turnos de votação e o apoio de dois terços dos 81 senadores;
  • Só depois disso, a PEC pode ser promulgada.

Essa tramitação toda costuma ser longa, cheia de debates e resistência, especialmente considerando que há parlamentares e partidos dispostos a reagir. Ao mesmo tempo, já há expectativa de recursos e ações de quem pretende questionar a constitucionalidade da emenda, caso ela seja aprovada, diretamente no Supremo Tribunal Federal.

Vale ressaltar um detalhe técnico: emendas constitucionais não dependem de sanção presidencial, ou seja, o presidente Lula não tem poder de veto ou aprovação sobre o texto. A promulgação acontece pelo próprio Congresso, após as etapas legislativas.

Urna de votação secreta no Senado Federal brasileiro

Por que a PEC da blindagem é polêmica

A principal polêmica está no possível aumento da proteção, ou “blindagem”, de congressistas e presidentes de partido contra investigações e processos judiciais. Críticos argumentam que isso pode favorecer a impunidade e enfraquecer o combate à corrupção, por dificultar prisões e suspender ações penais sem amplo debate público.

A votação secreta para manter ou anular prisões também é alvo de debates. Muitos defendem que decisões desse tipo devem ser transparentes e à vista do eleitor, não restritas ao universo dos parlamentares. Outros, porém, alegam proteger garantias constitucionais.

Quando tudo é secreto, a confiança pode balançar.

A ampliação do foro privilegiado para presidentes de partido talvez seja o ponto que mais desperta crítica, principalmente após a série de investigações que marcaram a política nacional nos últimos anos.

Próximas etapas e possibilidade de judicialização

Se aprovada nas duas votações do Senado, a PEC é promulgada e já entra em vigor – não depende do presidente Lula, já que é emenda à Constituição.

  • No entanto, partidos políticos, membros do Congresso ou outras autoridades legitimadas podem recorrer ao STF buscando a derrubada da emenda ou parte dela.
  • A qualquer momento após a promulgação, o Supremo pode ser provocado para avaliar, por exemplo, a constitucionalidade da ampliação do foro privilegiado ou o impacto da votação secreta na transparência pública.

Ou seja, a história não termina no Senado. Um novo capítulo pode se desenhar no campo do Judiciário. Mesmo promulgada, a emenda poderá sofrer questionamentos diretamente no Supremo – e isso, pelo visto, é quase certo.

Há, ainda, espaço para diversas leituras do texto. Como nem sempre a política combina com consenso ou regras rígidamente previsíveis, o desenrolar pode surpreender.

Os principais personagens

  • Lula: Presidente da República, não pode vetar ou sancionar emenda constitucional.
  • Hugo Motta: Deputado responsável pela relatoria do texto na Câmara.
  • Otto Alencar: Senador, preside a CCJ e declarou-se contrário à proposta.
  • Davi Alcolumbre: Presidente do Senado, pode acelerar o envio da PEC ao Plenário.

Impactos e conexões na vida do cidadão

Apesar de parecer distante do dia a dia, como apontamos em análises sobre cenário automotivo ou tendências de mercado, temas institucionais como a PEC da Blindagem afetam o funcionamento da democracia. O cidadão pode – e deve – acompanhar, questionar e buscar entender mais, seja nas pautas políticas, seja nas que envolvem escolhas práticas, como aquelas do universo automotivo.

E por aqui no Preço Carro BR, seja para saber o motivo das vendas de um modelo de carro disparar ou para entender como identificar problemas elétricos no seu automóvel, nosso propósito segue o mesmo: informação relevante, clara e acessível. Inclusive sobre temas polêmicos, inusitados ou complicados, sejam relacionados a carros, mercado ou vida pública.

Se quiser acompanhar mais assuntos que podem mexer com o seu cotidiano, aproveite nossa seção de dicas práticas e acompanhe tudo que acontece na legislação, na rua ou no volante. Informação pode, sim, ser um passo para escolhas melhores e mais conscientes.

Perguntas frequentes sobre a PEC da Blindagem

O que é a PEC da Blindagem?

A PEC da Blindagem é uma Proposta de Emenda à Constituição que modifica as regras para processar e prender deputados e senadores. Ela estabelece que só haverá prisão em flagrante por crime inafiançável, e que abrir processo criminal contra parlamentares depende de autorização da Casa correspondente. Além disso, amplia o foro privilegiado para presidentes nacionais de partidos políticos que tenham representação no Congresso.

O que muda após a aprovação da PEC?

Se aprovada definitivamente, a PEC faz com que a votação para manter deputados e senadores presos em flagrante por crimes inafiançáveis volte a ser secreta. Também exige autorização prévia da Câmara ou Senado para que processos criminais comecem. Presidentes nacionais de partidos com assento no Congresso passam a ter foro privilegiado.

Quem será beneficiado com a nova PEC?

Os principais beneficiados são deputados, senadores e presidentes nacionais de partidos políticos com representação no Congresso. Todos terão regras mais rígidas para que possam ser presos ou processados criminalmente, além de novo foro privilegiado em alguns casos.

Como a PEC afeta investigações criminais?

Com a PEC, investigações e processos criminais contra parlamentares e presidentes nacionais de partidos ficarão mais difíceis, pois só poderão avançar caso tenha o aval formal da Casa Legislativa responsável. A decisão de manter prisão em flagrante passa a ser em votação secreta, o que pode reduzir a transparência do processo.

A PEC já está valendo atualmente?

Não. Apesar de ter sido aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, a PEC ainda precisa passar por todas as etapas do Senado e ser promulgada para entrar em vigor. Mesmo depois, pode ser levada ao STF para contestação por partidos ou parlamentares legitimados.

Acompanhe o Preço Carro BR para mais conteúdos sobre legislação, mercado automotivo e dicas que influenciam seu dia a dia – seja na direção, na hora de comprar ou ao querer entender temas complexos da política nacional.

Compartilhe este artigo

Quer fazer a melhor escolha de carro?

Confira nossos comparativos e análises para tomar decisões de compra com confiança.

Saiba mais
Marcos Rodrigues

SOBRE O AUTOR

Marcos Rodrigues

Marcos Rodrigues é um entusiasta do universo automotivo dedicado a oferecer informações práticas, confiáveis e detalhadas sobre o mercado de carros no Brasil. Ele se destaca por sua paixão em auxiliar motoristas e apaixonados por automóveis a tomar decisões de compra mais seguras e informadas. Marcos acredita que a transparência e o acesso facilitado ao conhecimento são essenciais para todos que desejam compreender melhor o setor automotivo nacional.

Posts Recomendados